Andropausa atinge 25% dos homens no Brasil

Ao contrário da menopausa, que atinge o público feminino, a andropausa ainda é pouco conhecida entre os homens, além, de enfrentar tabus. Trata-se de uma condição fisiológica caracterizada pela diminuição gradual dos níveis de testosterona, que provocam sintomas como a fadiga crônica, irritabilidade, ganho de peso abdominal e queda na libido. Segundo estimativas mundiais, até 25% do público masculino acima de 40 anos podem estar com andropausa. No Brasil, calcula-se que até 25% de homens sejam afetados pela condição fisiológica.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a “menopausa masculina” é a Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), caracterizada pela queda progressiva da testosterona após os 40 anos de idade.
George Mantese, médico de Família e Comunidade Doutorando em Educação e Saúde (USP), especialista em Longevidade, Anti-Aging e Wellness, além de fundador e diretor do Instituto Mantese, explica que a andropausa é uma epidemia ignorada, já que 30% dos homens afetados não têm um diagnóstico do problema.
“Dados da Sociedade Brasileira de Urologia revelam que três em cada 10 homens acima de 50 anos têm DAEM, mas menos de 20% recebem tratamento”, alerta ele. “O tabu e a falta de campanhas públicas agravam o problema e elevam os riscos, sendo que homens com baixa testosterona têm três vezes mais risco de depressão”, acrescente o médico especialista.
Prevenção
George Mantese afirma que é de extrema importância o homem fazer os exames assim que alguma das manifestações da andropausa surgirem. O primeiro passado, explica o especialista, é ter um diagnóstico do problema, através de exames. “A dosagem de testosterona deve ser feita entre 7h e 10h, em jejum, e combinada com avaliação clínica. Novos exames, como a testosterona livre por ultrassensibilidade, aumentam a precisão dos resultados”, conta.
Outras prevenções citadas pelo médico são o estilo de vida que preserva a testosterona. “Estudo da Universidade de Harvard comprovou que homens com dieta rica em zinco (castanhas, carne magra) e exercícios regulares têm 30% menos risco de desenvolver DAEM precoce”, explica George Mantese.
Mantese também faz um alerta importante. “A terapia com testosterona só é indicada para casos comprovados, mas a procura por automedicação cresceu 40% pós-pandemia”.