Coquetel Molotov.EXE anuncia selecionados de convocatória

 Coquetel Molotov.EXE anuncia selecionados de convocatória

O DJ Incidental, de Olinda. Foto: Divulgação

 

Novos nomes da música, do audiovisual e das artes em geral foram selecionados para a segunda edição do Coquetel Molotov.EXE que será lançada como uma revista online no dia 29 de março. Em convocatória aberta para artistas de Pernambuco, mais de 250 propostas foram recebidas para esta seleção de conteúdo autoral do Coquetel Molotov.EXE que envolve performances, curtas, discotecagens e gravações musicais.

A curadoria do Coquetel Molotov teve como convidada especial a pesquisadora audiovisual e produtora cultural Libra Lima. O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc em edital realizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco e conta com patrocínio do Prêmio Funarte Festivais de Música 2020, parceria da Mídia Ninja, S.O.M., Abrafin e realização da Coda Produções.

“Essa segunda edição do Coquetel Molotov.EXE, guiada pelo desejo de atuar mais uma vez no fomento da cena independente pernambucana, está sendo formatada como uma revista online que vai ser lançada no dia 29 de março”, explica Ana Garcia, diretora do Festival. O time selecionado através das inscrições enviadas foi composta por AfroitoAurora JameloBabi Jaques e Lasserre, DJ IncidentalDJ PunnyEvelli EllerHanni Palecter, Inaê SilvaJEAN, Kleber de Oliveira, Matheus de BezerraMayaraOkado do Canal e RENNA.

Outros projetos que também estarão presentes nessa edição, foram curados pela direção do festival junto a pesquisadora audiovisual e produtora cultural, Libra Lima, que afirma: ‘‘O objetivo curatorial dessa edição do Coquetel Molotov.EXE decorre da necessidade de escoar as novas ações artísticas que estão concebidas no nosso estado, utilizando da experiência do virtual como fator potencializador desses trabalhos.’’

Conheça os artistas e os trabalhos a serem desenvolvidos

“fffluxus” é o nome do projeto solo de Mayara. Baterista, improvisa com instrumentos percussivos e de cordas. Integra o duo experimental-noise, “Mã” e produz o “n.óia”, espaço de experimentação sonora para mulheres (não-b, cis, trans). Seu projeto HIPNOS encara o desafio de como musicar um sonho. A ação se desdobra em um projeto audiovisual na realidade do corpo em um jogo sutil e microscópico que o filósofo chama de “pequenas percepções”.

JEAN iniciou sua carreira na fotografia aos 19 anos e atualmente, agrega ao seu trabalho intervenções diversas, mixtapes e colagens digitais com experimentações no audiovisual documentando festas undergrounds LGBTQIA+. Seu curta “AFETADAS” é um experimento documental que ficciona a realidade de parte da comunidade LGBTQIA+ recifense. Durante dois anos, com uma cybershot nas mãos, JEAN capturou as tentativas de manutenção de uma rede de afeto entre amigas e como isso de alguma forma resulta em produções culturais.

Hanni Palecter é um projeto novo e misterioso do Recife criado por alguém com experiência de mais de uma década no audiovisual pernambucano. O projeto é o alter-ego de um(a) técnico(a)/artista que prefere o anonimato, mas vem produzindo música e conteúdo audiovisual inédito num ritmo que promete muito nestes tempos de pandemia, lockdown e introspecção incômoda. Sua proposta sonora distópica, nasceu em meio a neurose do mundo pandêmico cantando em língua própria, expondo anseios tão humanos e cada vez menos entendidos por nós mesmos.

A dupla Babi Jaques e Lasserre conquistou mais de 20 prêmios pelo Brasil e se apresentou em mais de 80 cidades de todas as regiões brasileiras, além de apresentações na Argentina, Uruguai, França, Itália e Suíça. Pela expertise em áudio, vídeo, fotografia e iluminação, em 2015 iniciaram a produção de um trabalho musical assinado como duo com a construção de uma palco e estúdio móvel. Atualmente o duo está em residência artística na Serra da Canastra em Minas Gerais numa comunidade alternativa chamada Vila Santo Antônio da Canastra. De lá vão produzir um documentário performático e musical, que reúne registros audiovisuais do casal.

RENNA se define como TRANSARRIVISTA! como performatividade de gênero e como estado de trânsito entre diversas linguagens artísticas – teatro, música, audiovisual, poesia, produção cultural e arte-educação.  Busca na poética o encontro e fortalecimento entre as corpas que re-existem, articulando-se desde 2011 com diversas coletivas, artivistas e produtorxs culturais independentes. Fomenta uma arte pública à partir do engajamento do corpo político.

Matheus de Bezerra produziu e lançou suas primeiras músicas utilizando um celular e alguns utensílios caseiros em 2019. Essas canções renderam um convite da Visconde Records para gravar o EP “Carne de Máquina”. Em 2020 produziu o EP “Músicas sobre paz que fiz durante a guerra” e no começo do ano produziu o álbum “Tropikal”. O disco traz consigo a ideia do desprendimento aos gêneros musicais e a estética da MPB tradicional. Ao idealizar o disco, Matheus resolveu transformar em música os dois últimos anos da sua vida onde cada canção carrega os sentimentos desses episódios. Sua ideia é a de transformar duas músicas e uma intervenção poética em audiovisuais minimalistas.

Afroito apresenta a primeira live session do seu álbum Menga, um álbum inédito gravado pelo artista ao longo de 3 anos de carreira. O álbum tem o coco de roda como coluna vertebral e será lançado no final de março. Sua proposta consiste em um uma performance com banda que será filmada alinhados também, com a qualidade de conteúdos anteriores do próprio festival.

Okado do Canal é rapper, b-boy, arte-educador, ator, roteirista e diretor audiovisual. Destaque do break nacional, Okado levou a Favela do Canal ao pódio em diversas batalhas no Nordeste e até fora do país. Em 2020 lançou o EP “Preto Mermo” como um grito de autoafirmação. Durante a pandemia, Okado chamou atenção trazendo a linguagem do cinema para seus clipes. Nesse período, já lançou 3 novas músicas (“Brasil com Z”, “Planos” e “Medo do Medo”) e tem outras novidades já gravadas que serão lançadas em breve.

Evelli Eller é multiinstrumentista e cantora nascida em Igarassu. Começou sua carreira musical como backing vocal no Coco Juremado de sua cidade. Para o CoquetelMolotov.exe, Evelli vai gravar um video no cenário do quintal de casa na beira do rio com mata nativa, onde ela se sente conectada a sua ancestralidade. Contará com a ajuda de Nathália Tenório, artista e fotógrafa na realização da filmagem e captação de áudio junto de um percussionista contribuindo nas suas composições autorais.

Inaê Silva é professora e pesquisadora de frevo no campo da improvisação com uma perspectiva contemporânea. Sua proposta para o CoquetelMolotov.exe consiste na oficina “Composições Instantâneas no Frevo” com dinâmicas investigativas/criativas utilizando diversas ferramentas dos jogos de improvisação aliado ao repertório de movimento do frevo. Mobilizando a atenção e a conscientização para as performatividades do corpo (contextos, conteúdos, repertório, espontaneidade e disponibilidade) que é afetado pelos elementos que envolve esta manifestação, assim explorando a potência do corpo enquanto criador de histórias.

Aurora Jamelo é bailarina e atriz pelo Coletivo Teatro Agridoce. Sua proposta apresenta uma performance dançando, enquanto um poema seu será declamado pela diretora e roteirista Jorja Moura. A ideia é de falar sobre as vivências como mulheres trans com suas dores e amores.

Kleber de Oliveira é professor de Língua Portuguesa e Artes do Ensino Público Básico. Kleber escreve e declama poemas utilizando a performance com música e a manipulação de boneco de mamulengo de Glória do Goitá.

Numa discotecagem autoral, o DJ Incidental que atua há 30 anos como músico profissional e 15 anos como DJ vai apresentar seu set ao vivo em local externo, utilizando filmagens complementares com drone e câmera fixa.

DJ Punny em uma discotecagem elaborada para o CoquetelMolotov.exe vai levar para o público faixas resultantes de suas pesquisas em torno de grime, ragga, rap, trap, funk, bregafunk, pagodão baiano e outras musicalidades.

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