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Livro destaca a importância da divulgação científica contra as fake news em saúde
Em quatro capítulos, as autoras contemplam as muitas ações e facetas da divulgação científica
Fonte Agência Bori
Em meio aos muitos desafios causados pela pandemia de Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que as fake news e a desinformação se propagam de forma tão rápida e tão perigosa como o vírus. Dessa forma, a divulgação da ciência ganhou um papel essencial no enfrentamento à doença. É nesse contexto que as jornalistas Catarina Chagas e Luisa Massarani lançam o livro “Manual de Sobrevivência para Divulgar Ciência e Saúde”. Integrante da coleção Temas em Saúde da Editora Fiocruz, o livro estará disponível para aquisição a partir de quarta (16), nos formatos impresso – via Livraria Virtual da Editora – e digital, por meio da plataforma SciELO Books.
O lançamento vem na esteira de um crescente empenho da comunidade científica brasileira em estreitar os laços – por meio das mais diversas ferramentas – com a sociedade. A ideia da publicação vinha sendo pensada pelas autoras há tempos.
As raízes do projeto foram plantadas em 2018, quando um curso on-line em divulgação científica passou a ser amplamente oferecido para pós-graduandos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e, posteriormente, para outras instituições.
A iniciativa do curso era, na verdade, a síntese de uma série de capacitações que Luisa Massarani, coordenadora do Instituto Nacional de Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia (sediado na Fiocruz), vinha realizando em várias partes do Brasil e em outros países da América Latina ao longo dos últimos 15 anos.
Durante todo esse período, as aulas tinham como objetivo principal apresentar ferramentas práticas para que cientistas das mais diversas áreas mantivessem um diálogo mais fortalecido e se sentissem mais seguros em suas conversas e debates com a sociedade.
O livro condensa essas ideias de maneira prática e acessível, com conteúdo mais aprofundado e disponível para consulta de forma permanente.
Em quatro capítulos, as autoras contemplam as muitas ações e facetas da divulgação científica. Em um primeiro momento, o livro abarca uma parte mais reflexiva, incluindo aspectos mais conceituais e a contextualização da divulgação científica no Brasil, um movimento que já tem cerca de dois séculos de história.
A abordagem levanta também questões mais contemporâneas, como as redes de desinformação causadas pela fake news.
Em seguida, os capítulos dois e três trazem uma série de guias práticos sobre como fazer divulgação científica e manter com a sociedade um diálogo aberto sobre temas de ciência para os mais variados públicos, num universo que inclui, por exemplo, as crianças, os adolescentes, jornalistas e assessores de imprensa.
E também mostram como utilizar diferentes veículos e ferramentas, como textos, vídeos, mídias sociais, podcasts, eventos e apresentações.
Abordagens de gênero, diversidade e crises de saúde
Por fim, o quarto capítulo enfatiza aspectos tidos como fundamentais na divulgação científica: a abordagem de temas polêmicos e controversos, as crises de saúde, além de questões de gênero e diversidade.
“Na área da saúde, em particular, a presença de mulheres é marcante e deve ser ressaltada. Incluir mulheres entre os cientistas retratados nas diferentes formas de se divulgar ciência é fundamental para que meninas e jovens saibam que a carreira científica é uma possibilidade para suas vidas, se assim desejarem”, ressaltam as autoras.
A obra destaca também a importância da avaliação de projetos de divulgação científica, seja enquanto essas iniciativas ainda estão ocorrendo ou após terem sido finalizadas.
Verificar se os objetivos desejados foram ou não atingidos é fundamental para uma visão ampliada de cada projeto e para obter resultados cada vez mais positivos.
Em um período marcado por intensos desafios para as instituições científicas do país, o livro pretende, de forma não exaustiva, estimular pesquisadores, especialistas, estudantes e leitores em geral a manter uma interlocução contínua – em áreas de caráter dinâmico e complexo – sobre temas de ciência, tecnologia e saúde.
“Acreditamos que essa é uma responsabilidade social de todos os cientistas e que todos devem manter um diálogo com a sociedade, principalmente porque a maior parte dos recursos que apoiam a ciência brasileira vem de dinheiro público. Além disso, buscamos mostrar que a divulgação científica faz bem à própria ciência e pode, inclusive, ser uma questão de sobrevivência da ciência de nosso país”, defendem Chagas e Massarani.