Vacina Covid-19: Infectologista estima até seis meses para frear a pandemia

 Vacina Covid-19: Infectologista estima até seis meses para frear a pandemia

 

Infectologistas apontam que a vacinação é muito importante no enfrentamento da pandemia e que o início da aplicação das doses é um grande passo, porém é preciso manter as medidas de prevenção

Uma das notícias mais esperadas no último ano se tornou realidade: foi iniciada a vacinação contra a Covid-19.

A vacinação terá diversas etapas e deve se prolongar por alguns meses.  Por isso, é importante ficar alerta para que a população não relaxe nos cuidados de prevenção contra a doença, o que poderia levar a um aumento substancial dos casos.

O médico infectologista da S.O.S. Vida, Matheus Todt, aponta que a vacinação é muito importante no enfrentamento da pandemia e que o início da aplicação das doses é um grande passo.

Ele alerta, porém, que, além do fato da vacinação ser em várias etapas, pois depende da disponibilidade de doses e insumos, serão necessários alguns meses para que ela ajude a frear o coronavírus.

Início da imunização

Para que o cenário de pandemia seja revertido, o infectologista avalia que serão necessários em torno de 4 a 6 meses. Isso porque é preciso, inicialmente, que cerca de 70% das pessoas que são grupo de risco estejam vacinadas. Além disso, o efeito imunizador das vacinas não é imediato.

“Demanda algum tempo. Se a vacina tem duas doses, por exemplo, a imunização é apresentada em até 15 dias depois da segunda dose. Ou seja, até que se vacine este percentual de pessoas e que todas estejam já apresentando imunidade, temos que ter em mente que nosso maior aliado no combate à Covid-19 ainda é o afastamento social e os cuidados de higienização, que devem continuar”, pontua.

Matheus cita o exemplo do Reino Unido e da Alemanha, que após iniciar a vacinação adotaram medidas de restrição para assegurar o isolamento e evitar o contágio.

A vacinação começa pelos trabalhadores da saúde, população idosa com 75 anos ou mais, pessoas com 60 anos ou mais, que vivem em instituições de longa permanência, asilos ou instituições psiquiátricas e indígenas, aldeados e povos de comunidades ribeirinhas.

Até que a vacinação seja uma realidade para grande parte da população brasileira, as armas contra a Covid-19 continuam sendo as mesmas: lavar as mãos com frequência com água e sabão ou álcool em gel, usar máscara e, ao máximo possível, ficar em casa e evitar aglomerações.

Descuido com medidas de prevenção

Com a chegada do verão, as notícias de aglomerações nas praias, bares e festas, especialmente em localidades turísticas se tornaram mais recorrentes, resultando no aumento de casos de Covid-19.

A infectologista da S.O.S. Vida, Monique Lírio, afirma que a segunda onda na Europa já comprovou o que esse relaxamento das medidas de higiene e afastamento social pode gerar.

“Vimos que na Europa os casos começaram a baixar bastante em um determinado período. Como eles estavam próximos ao verão, as pessoas começaram a sair mais, viajar, e isso fez com que a Covid-19 voltasse fortemente em muitos países. Aqui no Brasil não chegamos nem a ter essa baixa substancial de casos, mas o que vemos é que muitas pessoas estão saindo e se comportando como se o vírus não estivesse mais circulando”, aponta.

Monique salienta que é importante que, para além das medidas do poder público, as pessoas mantenham a responsabilidade individual de tomarem os cuidados indicados para controle da pandemia, protegendo a si mesmas e aos outros.

“A sensação que temos é que as pessoas perderam o medo da doença, mas é importante destacar que ela ainda está em um cenário muito grave e cabe a cada um não relaxar dos cuidados.

Estamos em um país no qual muitas pessoas são dependentes do transporte público e precisam de seu trabalho diário para sobreviver, por isso não podem deixar de sair. O problema é sair sem necessidade e fazer grandes aglomerações, sem cuidados como a lavagem das mãos e a máscara”, enfatiza.

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