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Champions sofre com êxodo provocado por americanos e árabes
A Champions League deste ano começou a ser disputada, mas com uma quantidade menor de estrelas em comparação às edições anteriores. Depois de anos, astros como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar e Benzema não jogam mais a competição europeia, fenômeno fruto do êxodo provocado pelos investimentos no futebol dos Estados Unidos e da Arábia Saudita.
A final desta edição será disputada no dia 1 de junho de 2024, na Arena München, em Munique. Será a primeira vez que a maior competição da Europa será decidida na cidade alemã desde 2012.
“Alguns ídolos atualmente têm mais alcance que clubes tradicionais. Atletas como Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar têm mais seguidores do que os clubes onde jogam. O Campeonato da Arábia Saudita, após a chegada de craques, fechou acordo de transmissão de TV para mais de 130 países”, diz Luiz Mello, especialista em gestão esportiva e consultor estratégico da 777 Partners: “Já a MLS, nos Estados Unidos, viu o número de assinaturas de seu pacote bater recordes, conforme reportado pela própria Apple, detentora dos direitos. O Messi ainda foi responsável pela criação de documentários específicos sobre a sua chegada e viu os preços dos ingressos aumentarem frente a sua presença, o que beneficia toda a Liga”.
A final da Champions League do ano passado, que consagrou o Manchester City diante da Inter de Milão, já indicou um interesse menor entre os torcedores brasileiros. Segundo monitoramento feito pelo Conteúdo Digital Influência (CDI), a partida que deu o título inédito ao time inglês teve 33.677 menções nas redes sociais. Na comparação com os números da decisão anterior, entre Real Madrid e Liverpool, houve um declínio de 39% nesse dado.
Um levantamento do CDI comparando o desempenho digital dos dois últimos campeões da Champions League no Instragram, Facebook, X e TikTok revela a diferença de interesse do público brasileiro: nos últimos 12 meses, o Manchester City foi citado 179.825 vezes, enquanto o Real Madrid registrou 819.931.
“Estamos diante de uma nova tendência. Equipes tradicionais como Real Madrid e Manchester City possuem atletas de renome internacional, mas que ainda não atingiram seu ápice de exposição e reconhecimento, casos de Vini Jr., Haaland e Jude Bellingham. Então as gerações mais novas ainda não se acostumaram com seus feitos. Ao longo do tempo esses atletas ganharão seu espaço e uma nova onda de seguidores surgirá”, analisa Mello: “Fato semelhante acontece no tênis. Com a saída de Federer e, em breve, de Nadal, sobra apenas Djokovic (com 36 anos) como grande atração do circuito. Novos nomes deverão ocupar seus lugares, mas esse processo é lento e deve ser bem trabalhado para que a modalidade não perca exposição”.
Na avaliação de Mello, o futebol se mostra um excelente negócio para as empresas, independentemente dos clubes envolvidos em disputas como a Champions:
“Atrelar o nome de uma empresa a marcas vencedoras gera um awareness positivo ao negócio, porém apenas o patrocínio esportivo não é suficiente para atingir seus objetivos. Ações de ativação de marca e publicidade, além da exposição, são imprescindíveis para um bom retorno do investimento”, afirma Mello: “No Brasil, dos 40 clubes das Séries A e B, 39 têm patrocínio de casas de apostas. Esse número expressivo é importante, uma vez que, recentemente, foi aprovada a regularização dessa modalidade. Agora, com a atuação aprovada, vamos ver quais sobreviverão nesse mercado e quais ativações serão realizadas para aquelas que ficarão no imaginário popular”.