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João Donato morre aos 88 anos de idade
O cantor, compositor, multi-instrumentista e arranjador João Donato morreu, aos 88 anos de idade, na madrugada desta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro. O artista tinha sido internado na semana passada por causa de infecção pulmonar. O perfil de João Donato do Instagram informou sobre a sua morte em uma mensagem. “Hoje o céu dos compositores amanheceu mais feliz: João Donato foi para lá tocar suas lindas melodias. Agora, sua alegria e seus acordes permanecem eternos por todo o universo”.
O perfil informa ainda que o velório será realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em horário a ser divulgado brevemente. O corpo de Donato será cremado no Memorial do Carmo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva postou no seu perfil do Twitter que o país perdeu hoje um dos maiores e mais criativos compositores brasileiros. “João Donato, pianista, acordeonista, cantor e compositor, foi um dos gênios da música brasileira. Perdemos hoje um de nossos maiores e mais criativos compositores. Nascido no Acre, foi no Rio de Janeiro que construiu sua trajetória e marcou a história da música em nosso país, com composições que correram o mundo. João Donato via música em tudo. Inovou, passou pelo samba, bossa nova, jazz, forró e na mistura de ritmos construiu algo único. Manteve-se criando e inovando até o fim. Que encontre a paz que tanto cantou. Sua música permanecerá conosco. Meus sentimentos aos familiares, amigos, músicos que nele se inspiraram e fãs no mundo todo”.
Também no Twitter, a ex-presidente Dilma Rousseff escreveu que a música popular brasileira está de luto. “A morte de João Donato deixa o Brasil e o mundo tristes. Ele era um gênio e um músico profundamente identificado com o país. Meus sentimentos a Ivone Belém e família. As melodias de João estarão para sempre na alma do povo brasileiro”.
No Instagram, o compositor e cantor Marcos Valle publicou uma mensagem. “Meu amigo. Boa viagem! Que você seja recebido com muita música e muitas cores. Vá em paz meu amigo, meu parceiro, meu ídolo”.
Donato nasceu no dia 17 de agosto de 1934, em Rio Branco, no Acre, e 11 anos depois se mudou com a família para o Rio de Janeiro. Talvez por influência do pai, que tocava bandolim, e da mãe, que cantava, a música surgiu cedo na vida dele e aos 5 anos de idade o menino já tocava acordeon.
Já no Rio de Janeiro, depois de participar de festas musicais em colégios da Tijuca, na zona norte da cidade, aos 15 anos começou a frequentar as jam sessions realizadas na casa do cantor Dick Farney e no Sinatra Farney Fã Club.
A primeira gravação em disco foi como músico da banda do flautista Altamiro Carrilho. Foi nessa época também que começaram os contatos com outros artistas importantes como Lúcio Alves e passou a ser conhecido além do Brasil inclusive por Chet Baker.
Nos anos 1950, participou do programa de música nordestina Manhãs da Roça, comandado pelo cantor e compositor paraibano Zé do Norte, na Rádio Guanabara. Donato chegou a dizer que a carreira dele no rádio tinha começado com Zé do Norte.
Na mesma década, se mudou para os Estados Unidos e lá conseguiu desenvolver a área musical que mais o interessava, uma fusão do jazz com a música latina.
Autor de composições de sucesso como Amazonas, A Rã, Lugar Comum, Simples Carinho e Nasci para Bailar, foi arranjador em discos de Gilberto Gil e Gal Costa.
Em 2016, o seu álbum Donato Elétrico foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Instrumental. O trabalho também foi eleito como 11º melhor álbum brasileiro do ano pela revista Rolling Stone Brasil.
Edição: Fernando Fraga
Músicas mais executadas
O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) lamentou a morte do cantor, compositor, instrumentista e arranjador, nesta segunda-feira, dia 17, aos 88 anos. O artista, que foi um dos importantes representantes da Música Popular Brasileira e da Bossa Nova, deixa como legado musical mais de 442 composições e 718 gravações cadastradas na gestão coletiva da música no Brasil.
“A rã”, uma parceria com Caetano Veloso, foi a música de sua autoria mais regravada. No ranking das mais tocadas nos últimos 10 anos no Brasil nos principais segmentos de execução pública, a liderança ficou com “A paz”, composição em parceria com Gilberto Gil.
A Lei dos Direitos Autorais (9.610/98) determina que os herdeiros de João Donato continuarão a receber os rendimentos em direitos autorais por suas obras musicais por 70 anos após sua morte (ou de autores parceiros, no caso de músicas feitas em parcerias).
Ranking das músicas de autoria de Donato mais regravadas
Posição | Música | Autores |
1 | A rã | Caetano Veloso / Donato |
2 | Bananeira | Gilberto Gil / Donato |
3 | A paz | Gilberto Gil / Donato |
4 | Lugar comum | Gilberto Gil / Donato |
5 | Até quem sabe | Lysias Enio / João Donato |
6 | Minha saudade | João Gilberto / João Donato |
7 | Amazonas | Lysias Enio / João Donato |
8 | Simples carinho | Abel Silva / João Donato |
9 | Sambou sambou | João Donato / João Mello |
10 | Nasci para bailar | Paulo André / João Donato |
Ranking das músicas de João Donato mais tocadas nos últimos 10 anos no Brasil nos principais segmentos de execução pública (Rádio, Shows, Sonorização Ambiental, Música ao Vivo, Casas de Festas e Diversão, Carnaval e Festa Junina)
Posição | Música | Autores |
1 | A paz | Gilberto Gil / João Donato |
2 | A rã | Caetano Veloso / João Donato |
3 | Bananeira | Gilberto Gil / João Donato |
4 | Simples carinho | Abel Silva / João Donato |
5 | Emoriô | Gilberto Gil / Donato |
6 | Naquela estação | Caetano Veloso / Ronaldo Bastos / João Donato |
7 | Lugar comum | Gilberto Gil / Donato |
8 | Nasci para bailar | Paulo André / Donato |
9 | Amazonas | Lysias Enio / João Donato |
10 | Sambou sambou | João Donato / João Mello |
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