Rec-Beat anuncia atrações internacionais da sua 27º edição
Rec-Beat, um dos palcos mais ecléticos do país, recebe shows inéditos de artistas do Burkina Faso, Mali, Congo, Paraguai e Reino Unido. A programação é gratuita e acontece de 18 a 21 de fevereiro, no Cais da Alfândega
Conhecido por apresentar diferentes tendências sonoras e novidades musicais, o Rec-Beat anuncia 5 atrações internacionais inéditas no Recife, com forte predominância de ritmos do continente africano. O festival, que acontece de 18 a 21 de fevereiro, com acesso gratuito, retorna ao Cais da Alfândega em uma edição marcada pela pluralidade de sons e gêneros.
Durante o carnaval do Recife, o palco da 27º edição do evento receberá a artista griot Djely Tapa (Mali), o virtuoso multi-instrumentista e cantor Simon Winsé (Burkina Faso), o pop rock eletrônico de Kizaba (Congo), a dupla latina Purahéi Soul (Paraguai) e as experimentações da banda O. (Reino Unido). Esses nomes se juntam a Getúlio Abelha (CE), a funkeira Deize Tigrona (RJ) e o produtor Mu540 (SP), entre as atrações já confirmadas no line-up.
Ao longo dos seus 28 anos, o Rec-Beat se consolidou como um dos festivais mais ecléticos e inovadores do país. Com uma curadoria atenta à multiplicidade estética da música contemporânea, o selo aposta em talentos do cenário local, nacional e internacional. A ideia é criar uma experiência singular a cada edição, sempre apresentando artistas e shows inéditos ao público.
Natural da região de Kayes, no oeste do Mali, a cantora Djely Tapa traz ao Recife a arte vocal dos griots, enquanto trafega entre a tradição, o blues e a música eletrônica. A malinês-canadense apresenta o seu álbum de estreia Barokan (2019), em que presta homenagens às mulheres e à africanidade. O trabalho ganhou o prêmio Juno de Melhor Álbum de World Music em 2020, com Djely Tapa tendo sido eleita World Music Revelation da Rádio-Canadá em 2019.
Também reinventando o tradicional, os paraguaios da Purahéi Soul cantam em guarani, espanhol e inglês. A dupla reúne um mix das suas influências e afinidades sonoras, apresentando canções folclóricas latino-americanas com padrões refeitos de jazz e blues.
Com uma performance mais virtuosa e intimista, o cantor, compositor e multi-instrumentista Simon Winsé trabalha com kora, n’goni, arco de boca e flauta Fulani, sendo reconhecido como um dos principais mestres do instrumento. O seu universo musical é alimentado pelos ritmos tradicionais de Burkina Faso, seu país de origem, o jazz fusion e o blues – elementos que se fundem em seu álbum de estreia, Dangada (La Joie). A apresentação é uma parceria entre o Rec-Beat e o Consulado Geral da França para o Nordeste em Recife.
Ainda representando a abundância de ritmos do continente africano, o cantor, compositor e multi-instrumentista congolês Kizaba está confirmado na programação. Radicado em Montreal, no Canadá, o artista é um dos pioneiros do pop rock afro-congolês. Seus trabalhos criam vocalizações inspiradas nos seus antepassados e misturam sons de soukous congolês, afrobeat, house music e R&B. Com passagens pelo Montreal International Jazz Festival e o próprio Rec Beat, Kizaba é vocalista e baterista do Afrotronix, projeto que percorre as intersecções entre ritmos africanos e música eletrônica.
Agora em carreira solo, o músico estende suas pesquisas no seu álbum de estreia, Kizavibe (2022). Em suas performances, bateria e percussão se misturam à batidas eletrônicas e sons tradicionais do Congo para criar um universo afro-futurista, potencializado por máscaras 3D, desenhados pelo próprio Kizaba e inspiradas nas máscaras tradicionais do seu país.
Completando o line-up internacional, a O. é uma banda britânica formada por Tash Keary (bateria) e Joe Henwood (sax). Expandindo as possibilidades dos seus instrumentos com pedais e amplificadores, a dupla transformará o palco do Rec-Beat em um espaço aberto à experimentações. Tendo desempenhado papéis importantes em grupos de hip-hop e jazz londrino, a O. costuma recortar partes dos seus estilos musicais favoritos e os improvisar livremente durante as performances. A banda realizará uma imersão com os músicos locais DJ Dolores, Henrique Albino, Lucas dos Prazeres, Parrô e Yuri Queiroga, que também participarão do show dos britânicos. O encontro faz parte do programa Cultura Circular, uma realização do British Council e Apoio do Oi Futuro.
A programação também conta com shows do multiartista Getúlio Abelha (CE), que mescla forró, calypso e brega, a uma linguagem pop e eletrônica, e a funkeira Deize Tigrona (RJ), uma das mulheres pioneiras do funk carioca, que vem acompanhada pelo Dj e produtor Mu540 (SP), um dos principais cientistas sonoros da atualidade.
Mais que uma fusão de múltiplas expressões artísticas, o Rec-Beat é uma experiência única dentro da folia recifense. Com acesso gratuito, a festa se tornou um espaço democrático, inclusivo e libertário para os foliões conhecerem novos artistas e experimentarem sons e ritmos heterogêneos.
Sediado no Recife, onde já promoveu, ao longo de sua trajetória, mais de 600 shows para 3 milhões de pessoas, o evento vem abrindo braços, se expandindo e levando sua experiência sonora para outras cidades, tendo já passado por Fortaleza e Sobral (CE), João Pessoa (PB), Caruaru (PE), Salvador (BA), Curitiba (PR) e São Paulo (SP).
O palco do festival já recebeu atrações como Emicida, Céu, Erasmo Carlos, Luiz Melodia, Gaby Amarantos, João Donato, Johnny Hooker, Dona Onete, Nação Zumbi, Liniker, Baianasystem, Mudhoney (EUA), Bomba Estéreo (Colômbia), Ana Tijoux (Chile), Keziah Jones e Nneka (Nigéria), dentre outros, que entraram para a história do evento.
O Festival Rec-Beat tem patrocínio da Prefeitura do Recife, incentivo Funcultura – Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura e Governo de Pernambuco, apoio do Consulado Geral da França para o Nordeste em Recife. É uma realização da Leão Produções, Rec-Beat Produções e Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal – Prêmio Funarte Festivais de Música 2022.
Sobre os artistas:
Djely Tapa (Mali) – Natural da região de Kayes, no oeste do Mali, a cantora Djely Tapa explora a arte vocal dos griots, figuras emblemáticas da sociedade maliense antiga e contemporânea. Ao lado de sua banda, a artista malinês-canadense trafega entre a tradição griot, seu potencial vocal, o blues e a música eletrônica. Todas essas características estão presentes em Barokan (2019), seu álbum de estreia solo, que presta homenagens às mulheres e à africanidade. O trabalho ganhou o prêmio Juno de Melhor Álbum de World Music em 2020, com Djely Tapa também tendo sido eleita World Music Revelation da Rádio-Canada em 2019.
Simon Winsé (Burkina Faso) – Simon Winsé é um cantor, compositor e multi-instrumentista, que trabalha com kora, n’goni, arco de boca e flauta Fulani. O seu universo musical é alimentado pelo jazz fusion, blues e música tradicional do povoado de San, no noroeste de Burkina Faso, seu país de origem. Com uma longa trajetória de formação dentro da música africana, Winsé é reconhecido como um dos grandes flautistas Fulani contemporâneos. Despontou na carreira ao lado do seu irmão Tim Winsé, também músico. Em 2007, Simon embarcou em carreira solo e fundou seu grupo Simpaflute com músicos franceses: uma fusão de ritmos tradicionais do seu país e jazz. Em 2018, lançou seu primeiro álbum, Dangada (La Joie), pelo selo Gigantonium.
Kizaba (Congo) – Congolês radicado em Montreal, no Canadá, o cantor, compositor e multi-instrumentista Kizaba é um dos pioneiros do pop rock afro-congolês. Seus trabalhos criam vocalizações inspiradas nos seus antepassados e misturam sons de soukous congolês, afrobeat, house music e R&B. Com passagens pelo Montreal International Jazz Festival e o próprio Rec Beat, Kizaba é vocalista e baterista do Afrotronix, projeto que percorre as intersecções entre ritmos africanos e música eletrônica. Agora em carreira solo, o músico estende suas pesquisas no seu álbum de estreia, Kizavibe (2022). Em suas performances, bateria e percussão se misturam à batidas eletrônicas e sons tradicionais do Congo para criar um universo afro-futurista, potencializado por máscaras 3D, desenhados pelo próprio Kizaba e inspiradas nas máscaras tradicionais de seu país.
Purahéi Soul (Paraguai) – Purahéi Soul é o nome da dupla formada pelos artistas paraguaios Miguel Narvaez e Jennifer Hicks. “Purahéi” significa canção em Guarani e “Soul” refere-se a sons afro-americanos e a própria palavra em inglês. A dupla reúne um mix das suas influências e afinidades sonoras, apresentando canções folclóricas latino-americanas com padrões refeitos de jazz e blues. Em 2018, estrearam com Swing Guarani, álbum com 11 canções em guarani, espanhol e inglês, que os permitiu percorrer o mundo em turnê. Desde então, Purahéi Soul continua produzindo novas músicas, como Desapego, single que se tornou hit instantâneo no Paraguai.
The Band (Reino Unido) – O. é uma banda britânica composta por Tash Keary (bateria) e Joe Henwood (sax). Expandindo as possibilidades dos seus instrumentos com pedais e amplificadores, a dupla de sax barítono e bateria mistura dubs e batidas mosh. Tendo desempenhado papéis importantes em bandas de hip-hop, jazz londrino e cenas indie, a banda pega suas partes favoritas de seus estilos musicais favoritos e as improvisa livremente em cima do palco, criando sonoridades autênticas e sempre surpreendentes. Formada durante o lockdown pandêmico, O. já coleciona importantes conquistas, como rodar a Europa abrindo shows lotados do ascendente grupo britânico black midi.
Getúlio Abelha (CE) – Piauiense radicado em Fortaleza (CE), Getúlio Abelha é um multiartista brasileiro que mescla referências de gêneros tradicionais, como o forró, calypso e brega, a uma linguagem pop e eletrônica com ímpeto punk. Toda essa mistura musical é potencializada pela sua presença performática, que dialoga com políticas de gênero, sexualidade e críticas ao conservadorismo. Em 2021, lançou Marmota, álbum de estreia pelo selo Rec-Beat, sintetizando em 12 faixas sua complexa combinação de ritmos, que se expande até a concepção visual dos seus clipes e figurinos disruptivos.
Deize Tigrona (RJ) – Deize Tigrona é uma das primeiras mulheres do funk e há mais de 20 anos vem transformando o ritmo com suas músicas que vão do cômico ao erótico e com composições criativas e dançantes. No início dos anos 2000 foi a primeira mulher do funk a colaborar com nomes internacionais, quando trabalhou com Diplo e teve o hit Injeção sampleado na música Bucky Done Gun da M.I.A. Depois de uma pausa na carreira, Deize a retomou em 2019 no selo BATEKOO Records e lança o álbum Foi Eu Que Fiz composto apenas por músicas inéditas.
Mu540 (SP) – Um dos cientistas sonoros mais inventivos da atualidade, Mu540 (SP) é DJ, produtor musical e cria de Praia Grande, na Baixada Santista (SP). Há mais de 10 anos provocando, experimentando e influenciando a cena musical paulistana, seus beats já embalaram e contribuíram com a noite local e nacional através de parcerias com artistas como Sodomita, Tasha & Tracie, KYAN, Deize Tigrona, Mc GW, Jup do Bairro, VHOOR, dentre outros. Com mais de 900 mil ouvintes mensais no Spotify, Mu540 colaborou em músicas que bateram mais de 1 milhão de visualizações no Youtube. Seu caldeirão musical mistura funk, trap, rap, garage, música eletrônica e muito mais.
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