Artes

4º Janeiro Sem Censura reúne artes integradas em programação híbrida e acessível

4º Janeiro Sem Censura reúne artes integradas de quinta-feira (27) a 12 de fevereiro, com atrações presenciais no Recife que serão retransmitidas online via YouTube entre 14 e 20 de fevereiro

A luta contra a censura artística, a transfobia e a anulação de corpos e vivências de minorias em Pernambuco segue mais viva do que nunca. O Festival Janeiro Sem Censura (JSC) está de volta em sua 4ª edição, que acontece desta quinta-feira (27) até 12 de fevereiro.

A iniciativa do Coletivo de Dança-Teatro Agridoce, grupo artístico do Recife, promove dez dias de apresentações culturais e rodas de diálogo que podem ser conferidas presencialmente ou online, através do YouTube.

4º Janeiro Sem Censura reúne artes integradas: Teatro, Dança, Performance, Música, Cinema e Debates, a programação do Janeiro Sem Censura 2022 apresenta um recorte curatorial que leva à cena expressões culturais e vivências de pessoas trans, travestis, não-bináries, negras, periféricas, interioranas, entre outras minorias, abrindo livre espaço para visibilizar existências, corpos e produções culturais que estão para além da heteronormatividade branca patriarcal e cisgênero.

Este ano, o JSC homenageia a atriz, cantora e performer Sharlene Esse, pernambucana em trajetória artística desde os anos 1980. Considerada uma das primeiras artistas trans na cena cultural de Pernambuco, é conhecida por interpretar e personificar divas da música como Gal Costa, Maria Bethânia e Donna Summer.

A noite de abertura do festival, nesta quinta-feira (27), traz uma apresentação com a homenageada, a performance “Atenção, se beber não dirija”, além de “Eternamente Bibi”, espetáculo do Cara Dupla Coletivo de Teatro que relembra o legado da atriz Bibi Ferreira, com atuação da transformista Letícia Rodrigues.

Ao todo, serão 12 atrações culturais, que acontecem majoritariamente no Espaço Cênicas,  no Bairro do Recife, sempre aos fins de semana (entre quinta e domingo), a partir das 19h. A única exceção é a mostra audiovisual “Cine Pitangas”, que ocupa excepcionalmente o Teatro do Parque no dia 9 de fevereiro, às 18h, com exibição de seis curtas-metragens e um longa que abordam temáticas de visibilidade LGBTQIA+.

A iniciativa do Coletivo de Dança-Teatro Agridoce, grupo artístico do Recife, promove dez dias de apresentações culturais e rodas de diálogo. Foto: Morgana Narjara

O festival encerra no dia 12 fevereito com o resultado da Oficina “(Trans)Passar em Foco”, na qual dez artistas trans, travestis e não-bináries selecionados pelo festival apresentarão um experimento cênico fruto de vivência com o Coletivo Agridoce.

A oficina acontecerá em 11 encontros entre 24 de janeiro e 11 de fevereiro, no Museu de Arte Afrobrasileira Rolando Toro (Muafro), um movimento que visa suprir a carência de formação para artistas trans e travestis no Recife.

Os ingressos para as apresentações no Espaço Cênicas podem ser adquiridos na bilheteria, na hora dos eventos, no formato Pague Quanto Puder, com contribuição mínima no valor de R$ 10. Haverá ainda disponibilização de lista de gratuidade para pessoas trans e travestis. Já a mostra “Cine Pitangas” tem entrada gratuita para todo o público.

Seguindo os protocolos de prevenção contra a Covid-19, será exigido o uso de máscara e apresentação de passaporte vacinal com esquema completo para entrada nas atividades presenciais.

Outra opção é conferir as apresentações culturais remotamente. As atrações do JSC 2022 serão registradas em vídeo e retransmitidas gratuitamente para o público no YouTube do Coletivo Agridoce, entre 14 e 20 de fevereiro.

“O Janeiro Sem Censura é a fonte de energia que nos faz ficar de pé e energizades o resto do ano. É o momento de reafirmarmos o que acreditamos como grupo e como artistas”, afirma Nilo Pedrosa, ator, bailarino e um dos organizadores do festival.

O JSC 2022 é realizado com incentivo da Lei Aldir Blanc em Pernambuco, através da Fundarpe, Secretaria Estadual de Cultura (Secult), Governo de Pernambuco e Governo Federal.

SOBRE O FESTIVAL – O Janeiro Sem Censura surgiu em 2019 em um movimento contra a censura sofrida pelo espetáculo “O evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu”, da atriz Renata Carvalho, em Pernambuco. Em 2020, o JSC ganhou status de festival e passou a ser realizado pelo Coletivo Agridoce. De lá para cá, a iniciativa vem mobilizando a cena artística do Estado abrindo espaço para corpos e vivências dissidentes e marginalizadas,  exaltando o trabalho artístico de pessoas trans e travestis, inserindo-as no circuito cultural pernambucano.

SERVIÇO:

4º Festival Janeiro Sem Censura

Apresentações culturais e rodas de diálogo presenciais entre 27 de janeiro e 12 de fevereiro

Retransmissão das apresentações via YouTube, entre 14 e 20 de fevereiro

Mais informações e acesso à lista trans: Instagram @teatroagridoce / teatroagridoce@gmail.com

Da Assessoria

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