2/3/2022 – Principalmente para aqueles que não tiveram a opção de home office, voltar ao trabalho ou permanecer na rotina pode não ser uma tarefa muito simples
OMS (Organização Mundial da Saúde) classificou o esgotamento físico e mental provocados pela pandemia de Covid-19 como “fadiga pandêmica”
Após quase dois anos de pandemia de Covid-19, mesmo com a vacinação contra o coronavírus Sars-Cov- 2 tendo atingido 72,3% da população brasileira com duas doses, a luz no fim do túnel ainda é difusa, com especialistas evitando tecer quaisquer estimativas sobre quando, de fato, terá fim a crise sanitária. As consequências para o equilíbrio emocional e a saúde mental dos brasileiros ainda serão mensuradas com mais precisão com o passar do tempo, mas já podem ser sentidas por grande parte da população.
Antes mesmo do início da atual pandemia, cerca de 18,6 milhões de brasileiros já padeciam de distúrbios de ansiedade, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). Com o agravamento da crise sanitária, novas questões surgiram, como, por exemplo, a necessidade de isolamento social e o recorrente luto gerado pela alta mortandade ocasionada pelo novo coronavírus, levando a OMS a criar uma nova terminologia para designar o cansaço e o esgotamento físico e mental provocados pela pandemia: fadiga pandêmica.
Outra expressão que ganhou popularidade nos últimos meses foi “definhamento” (ou “languishing”, no termo original, em inglês), criada pelo psicólogo inglês Adam Grant, cujos sintomas mais comuns são estagnação, falta de propósito e de motivação, dificuldade de concentração e queda de rendimento no trabalho. Já os sul-coreanos chamaram de “corona blues” (“tristeza de corona”, em tradução livre) o sentimento de depressão e estresse ocasionado pela pandemia de Covid-19, ao passo que os estadunidenses cunharam o termo “pandemic fine” (algo como “tudo bem pandêmico”), para explicar quando uma pessoa não tem problemas de saúde, mas não se sente bem.
Traduzindo este impacto da pandemia no bem-estar (ou na falta dele) em dados, uma pesquisa feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em parceria com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com mais de 45 mil brasileiros indicou que 35,2% dos adultos entrevistados disseram se sentir muitas vezes tristes ou deprimidos, e 41,3% relataram se sentir muitas vezes ansiosos ou nervosos.
Para Daniela Menezes, advogada com formação em coach pessoal e educacional, leader coach, analista comportamental e palestrante motivacional que atua com palestras e treinamentos corporativos para as empresas, a desmotivação no ambiente de trabalho é uma consequência natural do longo período de pandemia de Covid-19 que se abate sobre a população. Mas algumas ações podem ajudar a mitigar este cenário, como estas sete dicas que se apresentam a seguir:
Crie um ambiente mais seguro para os colaboradores
“Principalmente para aqueles que não tiveram a opção de home office, voltar ao trabalho ou permanecer na rotina, durante a pandemia, pode não ser uma tarefa muito simples.”
Promova uma boa comunicação e aja com transparência
“A falta de comunicação é um problema que pode provocar sérios danos a qualquer empresa, ainda mais, diante da nossa nova realidade enfrentando uma pandemia.”
Crie um relacionamento honesto e próximo
“Sempre que notar diferenças de comportamento no colaborador, chame-o para uma conversa. Muitas vezes, ele precisa ser ouvido e tem medo de se aproximar.”
Dê feedback humanizado e incentive mais
“Atitudes negativas ou mudanças de comportamento podem ser alteradas com um bom diálogo e troca de feedbacks. O gestor deve, além de expor seus pontos, se mostrar aberto para ouvir e entender a dor do colaborador.”
Recompense e valorize seu funcionário
“O colaborador que se enxerga como parte de um processo, que entende sua função e é valorizado por ela, tende a querer dar sempre seu melhor.”
O uso de um sistema de gestão integrada
“Para acompanhar e orientar a sua equipe à distância, existem diversas opções de ferramentas online que apoiam o planejamento, execução e monitoramento do trabalho, além de potencializar a comunicação com colegas e clientes.”
Invista na carreira dos colaboradores
“Oferecer cursos, treinamentos e capacitações específicas pode fazer com que os profissionais se sintam valorizados, principalmente nesse momento.”
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