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Especialista comenta estudo que aponta aumento da síndrome do coração partido durante a pandemia
Rio de Janeiro ,RJ 22/1/2021 –
Pesquisa realizada pela Cleveland Clinic, em Ohio, nos Estados Unidos, constatou um salto no percentual de casos da doença de 1,7% para 7,8%
Rio de Janeiro (RJ), 21 de janeiro de 2020 – Pesquisa recente da Cleveland Clinic, uma das mais respeitadas instituições de saúde do mundo, em Ohio, nos Estados Unidos, constatou um aumento no número de casos da chamada síndrome do coração partido (cardiomiopatia de Takotsubo), de 1.7% para 7,8%, durante a pandemia do novo coronavírus. No Rio de Janeiro, o estudo Nacional REMUTA (Registro Multicêntrico de Takotsubo), que avaliou 169 pacientes com a doença, encontrou uma idade média de 70 anos, com mulheres (90%) na maioria da dos casos.
Claudio Tinoco Mesquita, coordenador dos serviços de Medicina Nuclear do Hospital Pró-Cardíaco, e responsável técnico do mesmo setor nos hospitais Vitória e Samaritano (Barra), no Rio de Janeiro – unidades da Rede Americas -, explica mais sobre o problema, que tem tratamento, mas exige atenção.
Conforme as informações do especialista, a síndrome do coração partido, embora rara, é uma doença, que causa dor no peito, falta de ar e cansaço – sintomas bem semelhantes aos do infarto agudo do miocárdio, que poderão surgir após períodos de estresse emocional.
“Situações de tristeza, luto e até surpresas felizes, como ganhar um prêmio de loteria, por exemplo, podem acarretar na síndrome do coração partido. Os exames de diagnóstico desse problema indicam que o órgão tem alterações na sua contração simulando exatamente o infarto do miocárdio”, diz.
Tinoco recomenda que os sinais não sejam descartados pelas pessoas e que um serviço de saúde seja procurado, assim que os primeiros sintomas se apresentarem. Dados de estudos prévios, a exemplo de um trabalho da Universidade de Gothenburg, na Suécia, apontaram que o estresse de duração prolongada é um potente gatilho para o desenvolvimento da Síndrome do Coração Partido.
“O momento difícil deixa o indivíduo vulnerável a quadros de ansiedade aguda, como as que estamos vivenciando durante a pandemia. Estratégias que possam ajudar são fundamentais, como exercícios físicos regulares, diminuição da leitura continuada de notícias tristes. Além disso, fazer atividades prazerosas, dentro dos protocolos de segurança, também é recomendado”, informa o especialista que está realizando uma pesquisa com o professor Guilherme Gonçais, do grupo de saúde mental da Universidade Federal Fluminense (UFF).
“Nosso objetivo é determinar as características associadas ao maior risco de desenvolvimento da síndrome do coração partido, como a presença de transtornos mentais e o grau de resiliência ao estresse, importantes na melhor compreensão e prevenção desta condição clínica”, pondera Tinoco.
Outros sinais como tonturas, vômitos, perda de apetite e dor no estômago também podem estar relacionados à síndrome que, no Brasil, começou a ser investigada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), desde o mês de junho do ano passado, com a coleta de dados de 32 centros cardiológicos brasileiros para que um registro nacional seja organizado sobre a doença. “Durante a pandemia e um cenário sem precedentes para todo o planeta, os quadros de ansiedade e depressão podem levar à doença, que não deve ser negligenciada”, finaliza.
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